Lendo A Piada Mortal pela primeira vez | Quadrinhos

Nossa, fazia muito tempo que não lia alguma história em quadrinhos. Eu comecei como todo mundo: lendo um inocente e divertido gibi da Turma da Mônica. Na adolescência, não muito ligado ainda em leitura, tinha alguns quadrinhos esporádicos do Homem-Aranha e do Batman, mas ainda assim eu era (e ainda sou, de certo modo) garoto. Não sabia o que era uma história de verdade. Agora eu sei. Abri, pela primeira vez, um livro que continha uma história em quadrinhos intitulada A Piada Mortal.

Ouvia tanto falar dessa história na internet que já estava louco. Comprei sem ao menos saber se era tão boa assim. Não me arrependi. É muito diferente. Não sei se é por causa da minha inexperiência ou inocência nesse mundo dos quadrinhos, mas fiquei um pouco impressionado em como era desenvolvida a narrativa. Era diferente, simplesmente.

Quando lançada, em meados de 1988, Alan Moore e Brian Bolland foram considerados quase que revolucionários na maneira de contar uma estória que não era só do Batman, mas do Coringa, principalmente. Estavam no mesmo patamar de Frank Miller, criador do também maravilhoso O Cavaleiro das Trevas, e com certeza se colocaram como parte dos maiores roteiristas (Alan) e desenhistas (Brian) de sua época. E até hoje continuam unânimes.

Há quem diga que "É supervalorizada, não é tudo isso", e não tiro a razão dessas pessoas. Não dá pra agradar todo mundo. Existem HQ's tão boas quanto, algumas até melhores. Mas quando você chega a ler A Piada Mortal, a sensação de tipo "Caraca, isso é muito bom!" é quase indispensável. A maneira como a história é contada, os traços característicos que dão um tom um pouco sombrio, as motivações muito "Coringa". Velho, é uma HQ foda, para de desvalorizar!

Porém a grande qualidade dessa obra está logo após o término de sua leitura. Aí você diz: "Uai, mas como assim?". Te explico, claro. Quando você termina de ler A Piada Mortal, você passa a pensar na narrativa, a fim de encaixar as peças e fazendo a estória brilhar ainda mais. Porque o Coringa fez aquilo? Afinal, o que o Batman fez naquela parte? A teoria maluca do Coringa foi provada? São questões que ficam pr'uma segunda, terceira, quarta leitura, e assim por diante.

A versão da obra que li foi recolorida pelo próprio Brian Bolland, o que deixou mais claro quais eram as reais intenções do mesmo para a estória. É mais sombrio, os flashbacks são em escala monocromática com objetos importantes da cena coloridos. Comparando com a versão de 1988 colorida por John Higgins, os quadrinhos parecem ser menos realistas, porém bem mais focados na narrativa. É muito interessante.

Enfim, A Piada Mortal é uma obra pra quem não só é fã do Batman ou do Coringa (ou até do Comissário Gordon), mas pra quem é fã de HQ. Uma estória escrita por quem escreveu Watchmen não pode ser ruim. Claro que tem alguns defeitinhos, minúsculos eu diria. Mas é indispensável. Ainda não acredito que passei quase 20 anos sem conhecer (e que se não fosse uma queda de energia ia passar ainda mais tempo sem conhecer) uma HQ dessa. Poxa, foi uma experiência incrível, eu diria.

Como vocês perceberam, esse artigo não está numa categoria de crítica porque eu quis mostrar mais a minha primeira experiência lendo A Piada Mortal do que estruturar uma resenha. Além do mais, é uma obra de 1988 que todo mundo já deveria saber que é boa e ponto final. Leia-a, vai valer a pena.

Agora que estou um pouco na abstinência de histórias em quadrinhos, qual que você sugeriria pr'eu ler? Escreva aí nos comentários!

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